Luto Nacional?
Em que sentido a Sra. Lúcia contribuiu para a Nação? Só se foi pelo turismo, porque foi por algo que ela disse que viu que milhões de turistas visitam uma cidade Portuguesa. Mas aí também a culpa é mais da instituição que explorou o evento, ela nada mais fez que dizer que viu e ouviu.
Então mas o Estado Português é ou não é um Estado Laico?
Há pessoas por ai que se confundem, outras que aparentemente se confundem, e outras ainda que propositadamente se confundem. Infelizmente, é o que temos.
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
quarta-feira, fevereiro 02, 2005
Autores, cultura, ou nada disto
Não sei se me desculpo sempre pelas minhas falhas, mas é certo que algumas me reorientaram noutro sentido, e em alguns casos, penso que no correcto.
A minha memória é péssima, especialmente no que toca a nomes. Graças a esse facto, entre outras coisas, sempre tive especial dificuldade em memorizar o nome do autor de variadíssimas coisas. No entanto, memorizava mais facilmente aquilo a que o autor estava associado, fosse uma ideia ou um acontecimento. Esta “falha” pessoal, com o tempo, transformou algo que era inato, numa coisa em que acredito:
- Mais importante que quem fez, disse, ou escreveu, é o que fez, o que disse, ou o que escreveu.
Em Portugal presta-se especial importância ao autor. Eu até admito que o próprio autor assim o sinta; o orgulho pessoal e os méritos e honrarias que daí possam advir são coisas que enchem o ego, e até podem encher a carteira, mas parece que o sentimento e a forma de encarar esta realidade pelas pessoas, e principalmente por uma classe pretensiosamente intelectual, não está imbuída de qualquer sentimento nobre. Parece-me antes um vício antigo, onde a inteligência e cultura é medida pelo latim de cada qual (antigamente quem dominava o latim era visto como um homem de cultura, de inteligência, e muitos faziam por demonstrar a sua arte nas suas obras publicadas, levando-as ao extremo e ao ridículo, e acrescentaria, levando-as a lado nenhum. Hoje em dia não é o Latim, mas é a exagerada importância que se dá à cultura, onde em vez de um sóbrio complemento, ela é usada quase como meio de comunicação. Eu diria que quem fale bem, mas apenas com as palavras dos outros, e o faça com uma certa altivez, estaria perfeitamente encaixado neste perfil).
Eu não diria que este vício é perigoso, mas que me parece ser um sinal do nosso atraso, parece. É que a mensagem que parece passar, é a de que nós não precisamos pensar, porque os outros já pensaram por nós. Eu penso que devemos usar o que os outros pensaram para nos ajudar a pensar, a sentir, cortando caminho para estágios mais avançados, pois só assim concebo um progresso intelectual.
É importante conhecer o passado sim, mas como objectivo de nos ajudar a compreender o presente, e de explorar o futuro. O autor é o canal por onde passa a mensagem, e a mensagem é uma gota no Oceano.
Resta-me dizer, para que fique bem claro, que o meu problema não é com a cultura do passado, que lhe dou muita importância, me dá muito gosto, e a uso com imenso prazer. O meu problema é apenas que se faça dela uma escola, um objectivo em si mesmo, e não um veículo para uma evolução. Se há quem o goste, que a use e abuse para seu belo prazer, cada qual que se divirta. Mas que não chateie os outros.
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