terça-feira, março 02, 2004

Que se soltem os Ursos e os Leões


Este fim de semana fez-me lembrar a última vez que fui ao jardim zoológico. Estava num bar em Alcobaça e a dado momento um sujeito que estava barbaramente embriagado teve o reflexo de tirar a sua T-shirt. Digo reflexo, porque me custa a acreditar que tal personagem estivesse na posse de alguma racionalidade(que me pudesse levar a pensar que ele de facto pensou), designação essa que é usada para nos diferenciar a nós humanos do resto das espécies animais, embora a esse respeito eu tenha ainda as minhas dúvidas se a designação é a mais acertada. A partir do momento que tirou a T-shirt, e extasiado pela auto-admiração do seu musculado e tatuado corpo, o sujeito encetou uma prolongada e assustadora dança, só comparável ao dançar de um camião Tir desgovernado na IP5. No entanto, e para sorte dos muitos presentes, o perigo não foi além de umas pisadelas e encontrões, sem contar com o malfadado cheiro que emanava do seu suor, que qualquer advogado de meia tijela Americano poderia facilmente provar tratar-se de uma poderosa arma quimica. Porém, a macacada acabou quando o dono do bar, a pedido de muitas familias, foi falar com o sujeito para o convencer a vestir a sua roupagem, coisa que ele dócilmente fez, ficando assim provado que o seu mal não era fome.
Ora esta história só me trazia à memória a hipocrisia que por aí anda, pois que enquanto uns andam por aí injustamente enjaulados, outros arrastam-se injustamente livres. Mas eu sou pela liberdade, que se soltem os Ursos e os Leões.